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24/03/2018

Tocantins passa a bater de frente com "os grandes do Sul"

Tocantins passa a bater de frente com "os grandes do Sul"

Produtores superam efeito “panela de pressão” do Cerrado e se aproximam de produtividade do Sul do País.

O Sul do país que se cuide. Com variedades mais adaptadas ao bioma de muito calor e umidade, a agricultura do Cerrado começa a tirar de alguns talhões de terra a mesma quantidade de sacas de soja das tradicionais áreas produtivas do Paraná e do Rio Grande do Sul.

“O solo aqui, apesar de ser arenoso, não deixa a desejar. Tem gente colhendo de algumas áreas até 78 sacas por hectare. Caprichou, produz mesmo”, diz o paulista de Votuporanga Claudevino Marques Pinheiro, de 69 anos, que há duas décadas se adapta às condições peculiares para a agricultura no Cerrado do norte do Tocantins.

Por peculiares, leia-se um calor escaldante no verão, baixa altitude e elevada umidade.

Nesta safra, a chegada de mais variedades de soja de longo ciclo de crescimento coincidiu com períodos de chuvas regulares na região de Guaraí, onde foram cultivados 250 mil hectares da leguminosa. Isso evitou o temido efeito “panela de pressão”, desconhecido em regiões de clima frio ou temperado, mas frequente visitante no verão do Tocantins. “Se tem umidade alta, mas não chove, o calor cozinha e mata as plantas. É o que a gente chama de escaldadura”, observa o agrônomo e produtor Rodrigo Marques Ferrari, de 28 anos, filho de gaúchos do município de Horizontina.

Ferrari acredita que a região vai ganhar muito com o “desembarque” de variedades de ciclo indeterminado. “Com essas sementes, o ciclo de crescimento pode se estender por até 80 dias, em vez de apenas 45 dias. Tive variedades precoces que pegaram quatro veranicos, ou seja, 46 dias sem chuva num ciclo de 105 dias. Se os talhões estivessem com material indeterminado, daria tempo de a soja se recuperar tranquilamente”. No entanto, para azar da família Ferrari, os talhões fustigados pelo clima tinham variedades comuns e a produtividade caiu para apenas 40 sacas por hectare.

 


http://www.gazetadopovo.com.br/agronegocio

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